quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Joanito Africanista, Emilia de Sousa Costa e ilustrações de Raquel Roque Gameiro Ottollini.

A Capa cartonada com gravações douradas.2ª edição,1949, Livraria Figueirinhas, Porto
Meus pequeninos, meus amores: tenho o prazer de apresentar-vos o Joanito.
...atirou-lhe rijo sopapo...
Depois entram num carrinho de bois, enfeitado com garridas colchas de chita e vão dar a volta à cidade. 
... todos queriam ouvir a lenda... 
pág.24;
Joanito ouvirá todas as histórias que a bordo lhe contarem, dentro da panela, adornado com os seus colares, cintos, braceletes e plumas. Para isso, a panela vai ser transportada ao convés, ou ao salão. Joanito passará a ser a mascote, o talismã do navio a por isso tem direito a residência e comedorias a bordo.
- Bravo! Bravo! - aplaudem todos os meninos viajantes.
 pág.2 No Funchal;
Não estragues meu filho.Este trabalho é muito valioso e sendo delicadíssimo é executado pelas mãos calejadas de pobres mulheres, enquanto apascentam os seus gados e a troco de pequeníssima remuneração.
pág.39
Terra! S.Tomé! - gritam a bordo. Joanito, de óculo em punho, correu à amurada, a ver a cidade.
Por toda a parte, há árvores de fruto: cacoeiros, bananeiras, cajueiros, cafezeiros, abacateiros e água em abundância, formando cascatas em alguns pontos. Em extensissimas quintas - que na África se chamam roças - faz-se a cultura intensiva dos vários produtos da Ilha, que constituem uma das maiores riquezas do portugal Ultramarino. Nestas roças há residência para todos os que anela dirigem e trabalham, hospitais, farmácias, oficinas, armazéns, leitarias e os socorros precisos para pessoas e gados, em horas de aflição.
pág. 40
Luanda à vista!
Joanito ao entrar na baía, ficou de olhos espantados e não proferiu palavra. Quando o pai vinha buscá-lo, para à levar de visita da cidade, agarrou-se-lhe à mão, a tremer e perguntou:
- Não fico aqui degredado nas fortalezas, não, paizinho?
- Não meu filho. Não cometeste crime merecedor de degredo e, mesmo que tivesses essa desgraça, Luanda nunca mais receberá degredados. Pena foi que durante muito tempo os recolhesse. Agora está a transformar-se numa bela e civilizadíssima cidade europeia. Ninguém mais lhe imporá tal castigo. Já possui algumas ruas modernas, bairros novos, higiénicos e uma linda avenida, chamada Salvador Correia - o nome do homem que há três séculos, a libertou  dos holandeses e a restituiu aos portugueses.
pág.67
- O quê? Antropófagos?! - pergunta Joanito aterrado.
- É verdade - afirma o comandante. - Em 1865, no interior da África Ocidental Portuguesa, a alguns dias de viagem do Amboim, perto da montanha do Pange, ainda havia tribos que comiam carne humana. Conta-se até que um soba, comeu o filho, para expelir um feitiço.
- E ainda há antropófagos nas nossas colónias?
- Não, meu pequeno. Todas as possessões portuguesas estão curadas desse mal, graças á civilização que , pouco a pouco, temos levado à raça negra, por intermédio dos nossos abnegados missionários.

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